terça-feira, 19 de abril de 2011

Pros dias de auto-sabotagem emocional ...

(Ou sorrisos mentais do cotidiano)

Random do player escolhendo a música certa pro momento;
Pessoas no metrô lendo livros que não sejam sobre espiritismo-vampiros-auto-ajuda;
Café pra acordar, chá antes de dormir;
Quem compartilha do olhar de desprezo aos bom-dias-alegres-antes-das-nove-da-manhã;
As luzes da Paulista nos dias de fog;
Combos tênis-camiseta-preta-barba-fone-de-ouvido perambulando pelas ruas;
Qualquer coisa com Nutella;
Sarcasmo e/ou ironia quando bem utilizados;
Sexting surpresa no meio da tarde;

Futebol + Heineken + Doritos às quartas-feiras.



                                  ... And then I don't feel so bad.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

That's all folks!


Tem assunto que é polêmico. Outros, delicados. E tem aqueles pessoalíssimos, quase que inabordáveis. Por quem e pra quem vivenciou a experiência. Seja por conta própria ou através de alguém muito próximo.

Suicídio é um dos principais.

Sempre respondia de pronto, muito convicta e assertiva. Nas discussões, botecagens, after-sex-talks. Que achava que a condição mínima pra alguém  entrar em qualquer jogo - ainda mais nesse maluco de que a gente participa - é ter o direito de antecipar a hora do game-over. E que não achava justo estereotipar(em) todos os atos como fraqueza, impulsividade, doença. Que podia ser sim, também, escolha.

Daí aprendi sobre neurotransmissores e psicofármacos.
Daí tive que juntar meu menino e suicídio numa mesma frase.
Daí o mundo como eu conhecia, junto com as convicções, desabou.

Porque vi muita gente transformar totalmente discursos e (falta de) projetos de vida com alguns comprimidos e/ou horas de terapia. Mas também vi vários outros, sedadíssimos-instáveis-ainda-infelizes, numa existência zumbi. Tudo porque convenções sociais decidiram (decidimos) que é errado, e doente, eles optarem que chega.

Não acredito num objetivo felicidade-comercial-de-margarina. Vida tem que ter sofrimento também. Pacote completo. Mas cada um é que sabe o quanto aguenta,  o quanto quer aguentar, o tanto que apesar de ainda vale a pena.

Fui forçada a fazer, verbalmente, um juramento a favor da vida. Preferi, e fiz mentalmente, um a favor das pessoas. A favor do direito de receberem escuta, cuidado e opções. Do direito de escolha após experimentarem as opções e seus respectivos resultados. Escolha sobre quando gerar um outro ser, escolha sobre como exterminar os próprios fantasmas.

Ainda assim, fica um rasgo enorme. Quando um daqueles que fazem você achar que essa porra toda vale a pena decreta um fim. Fim sem preparar o público, sem experimentar outras possibilidades de enredo. Um fim pra algo que pra você ainda tinha tantas tantas tantas cenas.

Não sei se um dia fecha. Com frequência reabre o que já parecia cicatrizado.

Maior casca ever.

Pra lembrar que ainda sei sentir.
Sentir EPIC.
Pra lembrar de não deixar mais escapar quem(ns) te faz sentir assim.