quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

An ode to no one ...

Uma espécie de catarse. Quem esperou hits e nineties-revival saiu decepcionado. Ele entenderia, talvez o único que entenderia, o real significado de estar ali. Ao vivo e sozinha. Finalmente. Não faria sentido ir com mais ninguém, percebe?

Ele sequer faz idéia de que eu estive ali.

Um dos ícones. De tudo. Aversão a multidões. Necessidade de tempo a sós. Implicância com a maioria dos gostos e opiniões das pessoas da mesma idade. Eterna busca por algo que não se faz idéia.

Chronic dissatisfaction futebol clube. Pacote completo.

Demorou uns dez anos pra começar a aceitar. Pra entender que tem os que fazem parte do grupo. E os lone wolves.

E não é tão glamouroso quanto parece. Não ser integrante do bando. Nem tão simples.

Se você deixar, acaba acreditando nos olhares reprovadores e comentários de tem-algum-problema-com-essa-menina.

Menina. Ele bem dizia. Em público você só aparenta ser a mulher que é in private quando fuma-ironiza-ou-fala-putaria. Ele enxergou sem que eu precisasse fumar-ironizar-falar-putaria. Alguns - raros - enxergam. E com eles eu sinto um ímpeto inusitado de morder até arrancar pedaço e nos deixar fazer planos.

Planos que a gente faz(ia) sem o menor compromisso de concretizar. Pra afiar a mente, pra jogar pro universo, pra concordar e implicar propositadamente. Poucas coisas escancaram mais o meu amor do que implicanciazinhas-for-the-kicks sobre pequenezas discordantes, em meio a tagarelices-nonsense sobre o importante em comum. É a confissão maior. Assim em subtexto.

Coltrane versus Miles. Praga ou Bratislava. Yorke ou Tweedy. Heineken ou Guinness.

Num mundo de Restarts, Portos Seguro e Novas Schin, é amor, babe(s). Muito amor. When loners collide. Pode brindar com o scotch que eu boto gelo no bourbon.

*Tim-tim*

We only come out at night.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Transsiberian express ...

Um nariz torto entre os olhos verdes. Uma pinta esteticamente duvidosa perto da tatuagem fodástica. Uma falha gigante na barba oh-so-hot.

Pequenas coisas estranhas, contrastantes, únicas.
São as pequenas coisas que (me) ganham.
Milionésimos de dessemelhança.

Sotaques ficam entre as top. Louca por sotaques. A pessoa vai falando e vai dando um negócio, uma vontade que fica entre sorrir-e-achar-gracinha e sorrir-e-jogar-na-parede.

Talvez porque junto com os sotaques sempre venham estórias-vivências-visões completamente diversas. Backgrounds nos moldam muito mais do que a gente consegue perceber, e assumir. Backgrounds (me) encantam.
Virando uma amálgama de tanto absorver referências de cada um pelos quais vou esbarrando.

O último apareceu como quem não quer nada. Desprezei quando bati o olho. Mais um daqueles. Pontua na sagacidade, na ironia, na misantropia. Todo um potencial. E sabe disso. Por isso a soberba. Menos mil pontos. Distração aleatória e pontual, no máximo, mesmo.

Mas foi chegando. Sem nenhuma sutileza, nenhuma cobrança, nenhum futuro.
Anda ficando.

Não é o fosse nordestino, é foste, assim gramaticalmente correto.
Tem um quê de ésse carioca, mas sem o incômodo do chiar demais. 
É um tanto cantado, quase que musical.
E o eneagá?
Me chama de guria, me mantém entretida até de maniã.

Tinha que vir lá da selva pra mostrar que tempestades podem ser assustadoras. Já se espera por elas. Vezenquando vai inundar  o caminho e levar tudo. Ficar trancada em casa numa pseudo-proteção não resolve. Auto-comiseração também não.

Pára-com-isso-e-vai-logo-fazer-a-porra-desta-tatuagem.
Make it epic.
Senti cada letra.
Doeu menos do que o sofrimento mental antecipatório.
Ficaí o simbolismo.

Tem que enfrentar. Começar de novo. Arriscar de novo.
Vida que segue.

Uma hora dá certo. Uma hora a gente esbarra com um guarda-chuva, um balde, uma canoa.
Um índio. 
Quem sabe um Henry Rollins