segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Who's in a bunker?




Sabe disco riscado? É isso. Não importa o que aconteça no mundo e envolva mulheres. Desde o longínquo primeiro #lingerieday vão sempre existir duas posições na "blogosfera feminista" sobre cada episódio.
Elas vão se alfinetar, ressuscitar "princípios" e birrinhas, e reabrir a caixa de Pandora. Aquela que a galera adora nos comentários, no Reader, retuíta, e reacende o que eu - mais uma vez ingenuamente - acreditava que já tinha virado cinzas.

Freud explica. Terapia ajudaria. Mariana se irrita demais.

Porque novamente o foco, importantíssimo, da discussão fica perdido em meio a tantas pequenezas. O foco óbvio do preconceito e objetificação das mulheres, assim conceito. Inclusive pelo próprio marido de uma delas. Que "defende" a sua e passa o preconceito pra Carla Bruni. Dado que a dele é discretíssima e advogada, a vadia-interesseira-querendo-aparecer é a tal cantora-modelo-francesa.

Não tem uma frente maior do que a outra quando a intenção é desconstruir patriarcado. Os comentários homofóbicos, os sobre a "falta de beleza", e as alusões "de brincadeira" a uma possível morte da presidenta são tão nojentos e revoltantes quanto aqueles que tangem as possíveis razões escusas(?) que fizeram a moça jovem-bonita-e-gostosa (e portanto não tão intelectualmente capacitada) casar com o cara-rico-que-tem-idade-pra-ser-seu-avô. Igualmente lamentáveis e desconstruíveis.

Chega a ser ridículo acreditar que exista "um feminismo"- quantos são? - que aceita as difamações contra a "gostosa" por achar que de alguma forma roubou-se a cena e suplantou o papel da "inteligente" presidenta. Que exista "um feminismo" que permita a concessão de rótulos - velados ou nem tanto - de prostituição a uma determinada mulher por achar que ela simboliza sexualidade-over e a ditadura da beleza. Pra mim é tão inimaginável que a acusação chega a ser absurda.

Somos todas Geisy. A feminista mais anti-hegemônica dos últimos tempos. Aquela que foi - que é - sem saber que é.
Somos todas Dilma. A feminista mais "masculinizada" dos últimos tempos. Aquela que é, em meio a tantas outras bandeiras.
E também Marcela Temer. E Carla Bruni.

Será que é preciso desenhar que essa dicotomia separatista só enfraquece?
Acho que não, né.
Pois então, já passou da hora das meninas irem todas pensar nas briguinhas ali no canto da sala.
Voltem, com ou sem terapia, quando voltar a racionalidade.
Juntas.

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